sexta-feira, 20 de maio de 2011

Guerreiros CABANOS

    Era noite de festa de Reis no Brasil Império e o  povo de Belém festejava no luar.Autoridades portuguesas e famílias poderosas brindavam na noite de gala do Teatro da Providência.Do lado de fora,estava armando o palco de uma guerra anunciada.No dia 6 de janeiro de 1835.Aproveitando a distração geral pela data santa, mais de 1.000 guerrilheiros empunhado espingardas, mosquetões, foices, terça dos e espadas se escondiam nas matas  ao redor da cidade, cortada por igarapés.Moradores de Belém misturavam-se a combates vindos do interior.Chegaram á capital no começo do ano e já planejava o ataque.
    Á saída  do teatro, o presidente da província,Bernardo Lobo Souza , foi para casa da amante .Demorou a perceber o caos na cidade . Esqueirando-se pelos quintais, de casa em casa , conseguiu ficar escondido até o início do outro dia.Quando saiu á rua ,foi morto á bala por um índio tapuio.Caiu em frente ao palácio do governo,tomando pelos cabanos durante a madrugada.Comerciantes fazendeiros e intelectuais apartados das decisões na província lideraram a ofensiva do tapuios( índios que abandonaram suas tribos),negros escravos e libertos,mamelucos,cafuzos,mulatos,e também brancos .Entre tantas origens diferentes de massa que surpreendeu os soldados aliados á Regência , uma características comum batizou a revolta .Muito pobres e explorados na economia extrativistas da região , os rebeldes moravam em cabanas simples de barro,cobertas de palha.A Cabanagem (1835-40) Combateu o domínio  do Império e da  elite portuguesa  local, acostumada aos privilégios coloniais .A população buscava melhores condições de vida e reclamava  da tirania do governo do Grão-Pará,imposto pelo poder central no Rio de Janeiro .Não foi difícil para um grupo de proprietários  e religiosos cooptar os mais necessários sob a bandeira de luta pela autonomia da província .Mais próxima  de Lisboa do Sudeste,Belém resistiu a aderir ao Brasil independente .Não aceitava as ordens vindas da nova capital do império,o Rio . A instabilidade política se arrastava havia vários anos. A revolta estorou depois da morte do cônego João Batista Cmpos.Ameaçando  após sucessivas brigas públicas com Bernardo Lobo de Souza ,ele fugiu da cidade no fim de 1834.Uma infecção no rosto provocada por um acidente com uma lâmina de barbear matou o religioso enquanto ele estava foragido.Para os cabanos,a culpa era do presidente.
    Há quem compare a tomada do palácio do governo pelos cabanos á Queda da Bastilha , marco da revolução Francesa na Paris de 1789 . Era grande a presença de estrangeiros na região .A França costumava exilar prisioneiros contrários ao regime vigente na vizinha Guiana Francesa  .No livro A miserável Revolução das classes infames, o historiados Décio Freitas relato testemunho de Jean-Jacques Berthier,um exilado francês que vai a Belém e se une ao movimento. ''Na  época havia,sim,um termo do império quanto a aproximações das camadas populares, principalmente do escravos e índios, com os franceses.Mas a Revolução Francesa saiu vitoriosa,enquanto o triunfo da Cabanagem está mais na memória'',diz Eliana Ferreira, historiadora e pesquisador na Universidade Federal do Pará . A parti  de Belém , os rebeldes conseguiram manter controle da província por pouco mais um ano.
Intrigas e traições entre os líderes causaram tanto prejuízo quanto as tropas inimigas. O governo cabano nasceu de uma culminância de completar 45 dias o governo cabano já tinha um novo chefe:Francisco Vinagre,Irmão de Antônio .
 Ao todo, 3 líderes rebeldes presidiram a província .Já na primeira  gestão, uma moeda antiga passou a ser realizada e só valia no estado.Cabanos se apropriaram de casas ligadas ao antigo regime.''Em algumas  fazendas, castigaram os senhores com as mesmas torturas que havia sofrido antes. O porte de arma foi legalizado,o que dava aos cabanos a sensação de realmente pertencer a cidade. Isso tudo representava uma grande mudança no cotidiano '',diz Ferreira. Mas em nenhum momento eles conseguiram consenso em torno de um projeto viável de governo.

Ps: Contribuição da revista Aventuras da História - setembro de 2009 - Postado por Gabriele Souza

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